O Brasil anunciou, oficialmente, seu apoio à campanha Mares Limpos, em uma reunião lateral da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, entre o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, e o chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Erik Solheim. Encontro aconteceu no início da semana (19).

Sendo a nona economia global e um líder histórico na proteção ambiental, a declaração de apoio do Brasil dá um impulso significativo para a campanha, que se orgulha de contar agora com 30 países-membros e tem o objetivo de “mudar a maré dos plásticos” ao inspirar ação de governos, empresas e indivíduos.

“O apoio do Brasil a esta campanha é crucial. Ressalta o tamanho do problema e a escala da resposta que precisamos ver”, disse Solheim. “Precisamos de mais atitudes políticas desse tipo – o tipo que envia uma mensagem muito clara: não podemos nos dar ao luxo de continuar transformando nossos oceanos em um mar de lixo.”

O anúncio reforça o compromisso do governo brasileiro em desenvolver o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar e apoiar a criação do Santuário das Baleias do Atlântico Sul e de Áreas Protegidas Marinhas. “Os serviços ecológicos prestados pelos oceanos são essenciais para a população e o Brasil vem tomando uma série de medidas para garantir a conservação dos ecossistemas marinhos e costeiros”, afirmou o ministro Sarney Filho.

O plástico há muito tempo foi identificado como uma das principais causas de danos ambientais e problemas de saúde: poluem ambientes, matam aves, peixes e outros animais que os confundem com alimentos, danificam terras agrícolas, degradam destinos turísticos e podem servir como criadouros para os mosquitos da dengue, zika e chikungunya.

Os números do uso de plástico, no entanto, não param de crescer. Em 2016, 5,8 milhões de toneladas de produtos plásticos foram produzidas no Brasil. Globalmente, até 2015, a humanidade produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico. Desse montante, cerca de 6,3 bilhões já foram descartadas e cerca de 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos nossos oceanos todos os anos. Boa parte desse volume é composta por descartáveis, como copos, sacolas, canudos, garrafas, e microplásticos (pequenas partículas), incluindo microesferas usadas em produtos cosméticos.

Nesse contexto alarmante, a campanha Mares Limpos pede o apoio dos governos por meio da criação de leis nacionais efetivas e do encorajamento para que empresas e cidadãos desenvolvam novos e mais sustentáveis padrões de produção e consumo. Um exemplo recente vem do Chile, que esta semana anunciou uma lei de banimento das sacolas plásticas em suas cidades costeiras.

Ao aderir à Mares Limpos, o Brasil se junta à Colômbia, Equador, Peru e Uruguai, tornando-se o quinto país da América Latina a abraçar a campanha. Ao redor do mundo, a Indonésia se comprometeu a reduzir seu lixo marinho em 70% e o Canadá adicionou microesferas à sua lista de substâncias tóxicas, enquanto a Nova Zelândia, o Reino Unido e os EUA anunciaram o banimento das microesferas de produtos cosméticos e de higiene pessoal.

 

Sobre a campanha Clean Seas (Mares Limpos, no Brasil)

Lançada na Conferência Mundial sobre Oceanos em Bali, a campanha #CleanSeas, da ONU Meio Ambiente, exorta os governos a aprovarem políticas de redução de plástico, a indústria a minimizar as embalagens plásticas e redesenhar produtos e convida os consumidores a mudarem seus hábitos de descarte antes que danos irreversíveis aconteçam aos nossos mares. No Brasil, a campanha #MaresLimpos foi lançada em 7 de junho, adaptando os esforços globais ao contexto brasileiro.

Concebida com o apoio da ONU Meio Ambiente, a formação está disponível em português. Organizada em sete módulos, a capacitação abordará os impactos do desmatamento e das mudanças climáticas na natureza, com destaque para as consequências de atividades humanas em ecossistemas na América Latina, Caribe, África e Ásia. Materiais virtuais ficarão disponíveis até 29 de janeiro. Seminários ao vivo também serão promovidos ao longo do curso.

Mudanças climáticas ameaçam a Amazônia e, consequentemente, a disponibilidade de recursos hídricos para países da região. Foto: Flickr (CC)/Dams999

Com o apoio da ONU Meio Ambiente, a Academia dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) lança nesta segunda-feira (27) o curso online e gratuito Desde o principio: Gestão e preservação dos nossos ecossistemas terrestres. Formação, disponível em português, foi concebida em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e com a Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (na sigla em inglês, SDSN Amazônia).

Organizada em sete módulos, a capacitação abordará os impactos do desmatamento e das mudanças climáticas na natureza, com destaque para as consequências de atividades humanas em ecossistemas na América Latina, Caribe, África e Ásia.

“Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade” é a definição do ODS de nº 15, da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. O curso discutirá maneiras de avançar na promoção dessa agenda, que visa à conservação da vida terrestre.

Para os organismos parceiros da iniciativa, ao estudar a interação das comunidades locais com os recursos naturais dos quais esses grupos dependem, os alunos compreenderão como garantir a sustentabilidade dos ecossistemas globais a longo prazo.

Entre os temas específicos das aulas, estão a introdução aos ecossistemas terrestres; os atuais problemas; os métodos de avaliação; sistemas de gestão; concepção de programas e políticas públicas; e a institucionalização do ODS 15. Todos os módulos estão disponibilizados em inglês, português e espanhol.

O curso permanecerá disponível e aberto para inscrições até 29 de janeiro de 2018, quando sairá do ar. Os materiais incluem palestras pré-gravadas, leituras, grupos de discussão e questionários. Além disso, webinars (seminários online) ao vivo serão oferecidos ao longo do curso com espaço para interação com os instrutores.

A Academia ODS é uma plataforma educacional de alta qualidade, inteiramente gratuita, sobre desenvolvimento sustentável. Seus cursos contam com os principais especialistas mundiais de diversos segmentos e abrangem temas como saúde, educação, mudanças climáticas, agricultura, sistemas alimentares e direitos humanos. O objetivo da iniciativa é preparar a próxima geração de profissionais para lidar com os desafios que o nosso planeta enfrenta.

 

Leia mais sobre o curso e inscreva-se

http://courses.sdgacademy.org/learn/from-the-ground-up-managing-and-preserving-our-terrestrial-ecosystems-fall-2017